segunda-feira, 2 de julho de 2012

Log Cabin - Uma Velha História...


Os padrões de quiltes em log cabin são os mais populares e facilmente reconhecidos de todos os modelos de quiltes. Começando com uma forma central, normalmente um quadrado, o modelo tradicional é feito costurando-se tiras em sequência em volta dos lados do quadrado, variando as cores claras e escuras.

 Antigamente os tecidos utilizados eram qualquer um que houvesse disponível – flanela, sacaria, sobras de roupas e retalhos em geral. O Log sempre foi apreciado justamente por poder utilizar mesmo tiras finas de retalhos como “toras”.Os blocos de Log podem ser unidos de várias maneiras, obtendo-se diferentes modelos, vários deles têm nomes próprios como Barn Raising (celeiro crescendo), Sunshine and Shadow ou Light and Dark (luz do sol e sombra) e Straight Furrow (bem vincado). Simples de fazer e com a facilidade de poder utilizar mesmo as menores sobras, esse bloco tornou-se rapidamente amado pelas quilteiras.  
 
 Barn Raising (feito por Harriet Holden – 1880), Light and Dark (feito por Sarah O. Traylor – 1850-60), Straight Furrow (feito por Clarinda B. Graham – 1878) 

Historicamente, não há uma data específica para o surgimento deste bloco. Quando se tenta explorar a origem do desenho e a sua tradução para o tecido, você se depara com uma verdadeira caça ao tesouro com diversas teorias, considerando que as quilteiras são capazes de copiar desenhos de qualquer coisa à sua volta (um azulejo, a vista aérea de uma plantação, etc.). Dentre tantas, a “Teoria da Múmia” é a mais plausível. 



No século 19, quando as tumbas egípcias foram abertas, os britânicos encontraram milhares de múmias de animais, objetos funerários colocados em sinal de respeito à realeza que partira. Algumas destas peças podem ser encontradas no Museu Britânico hoje e você pode facilmente identificar os desenhos de Log Cabin. Algumas são até coloridas com algum tipo de tingimento onde se pode identificar claramente os blocos Log Cabin contemponâneos. Como havia um grande número destas múmias, algumas foram despachadas de volta para a Inglaterra e distribuídas para os fazendeiros como fertilizantes. Você pode imaginar a esposa de algum fazendeiro encontrando isso na sua varanda e copiando o desenho com tiras de tecido? 

Com relação ao nome do bloco, ele é chamado de “Canadian Logwork” (trabalho de toras canadense) nas Ilhas Britânicas e de “The Roof Work” (trabalho de telhado) na Ilha de Man e é feito com a tiras dobradas (conhecido por nós como “Folded Log Cabin”) e costuradas a mão em uma base de tecido. A curiosidade é que a ilha é bastante isolada e rural, sem acesso a ferramentas modernas e equipamento. 

 
Considerando a falta de tesouras e réguas do passado, as quilteiras rasgavam os tecidos em tiras usando a largura de seus dedos, polegares e tamanho da mão como medidas para as partes do bloco. Isso significava que os blocos costurados por uma pessoa não tinham necessariamente o mesmo tamanho dos blocos de outra quilteira.

O log cabin nos Estados Unidos começou a ser mais freqüentemente utilizado no período da Guerra Civil Americana, nos anos de 1800. Ele engloba a lista dos chamados blocos ou quilts abolicionistas, juntamente com outros blocos como o "Birds in the Air", "Jacob's Ladder" e "Evening Star" etc. O Log Cabin começou a se popularizar, após a morte de Abrahão Lincoln, que fora criado em uma cabana do toras e que lutou contra a escravidão e foi o maior precursor da tão falada liberdade americana. 

Cabana de toras onde nasceu Abraham Lincoln. 
Conservada em um museu no Estado de Kentucky.

Conta a lenda, que neste período de guerra, uma casa que tinha uma colcha de Log Cabin na janela, cujo centro do bloco era negro, era uma casa segura para os escravos fugitivos, ou seja, representava a casa de um abolicionista. Nos mostra a história, que os quilts feitos, pelas mulheres do norte dos Estados Unidos, neste período, continham inscrições sobre os males da escravidão. 

Misturam-se lendas e fatos reais, mas o certo é que ambos foram contados de geração a geração, e que nos dão maior motivação para admirar e querer aprender sobre essa arte que é o patchwork, que acima de tudo, não engloba apenas a beleza de um trabalho manual, é também participante ativo na história de um povo.

Imagens para inspiração:






Fontes:
Pesquisa de Imagens do Google








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